sábado, 16 de fevereiro de 2008

Relicários



Por vezes, por medo, excluímos todos aqueles que são diferentes de nós.

Excluímos os velhos, por não se mexerem e não serem úteis para a sociedade; os jovens, por serem indisciplinados, irreverentes; os doentes porque incomodam; os fracos porque não estamos para andar com eles ao colo; os deficientes por os considerarmos incapazes; os estrangeiros porque são diferentes; os imigrantes porque ocupam os nossos lugares de trabalho; os drogados e os alcoólicos porque não temos solução para eles; os portadores de sida porque nos podem contagiar; os prisioneiros porque foram pecadores,...

Mas o que não reparamos é que nalgum ponto desta lista, nalgum momento da nossa vida lá vamos estar nós a sentirmo-nos excluídos.

É por medo que nos tornamos violentos, intolerantes, egoístas, racistas, xenófobos.

Enclausuramo-nos nas nossas gaiolas douradas, nos nossos altares privados, venerando-nos uns aos outros dentro da nossa cultura, dos nossos hábitos, das nossas "vidinhas"...

Novos medos conduzem a novas cruzadas, impedindo-nos assim de nos comportarmos inteiramente como seres humanos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá Carla Faro Barros

Permita me discordar do MEDO em que fala e que o justifica para tudo. Já alguma vez recusou ajuda a uma amiga fragilizada por MEDO? Não pois não... Mas certamente já aconteceu não já?

Em relação aos seus trabalhos, dou lhe os meus parabéns.
Gosta muito de fábulas... de contos infantis...
Parabéns!